Sexo em tempos de IA e redes sociais: estamos mais conectados ou mais distantes?

Crédito: divulgação

Sexóloga Natali Gutierrez analisa como a tecnologia influencia o desejo e as relações humanas

Vivemos a era da hiperconexão. Redes sociais, inteligência artificial e aplicativos de relacionamento ocupam cada vez mais espaço na rotina e nos afetos. Mas em um cenário onde o “match” é instantâneo e os estímulos são constantes, surge uma dúvida essencial: estamos realmente mais próximos ou cada vez mais distantes?

Para a sexóloga e CEO da Dona Coelha, Natali Gutierrez, o avanço tecnológico transformou profundamente a forma como as pessoas se relacionam, se desejam e vivenciam o prazer. “O sexo hoje não depende mais apenas do corpo a corpo. A tecnologia trouxe novas formas de excitação, flerte e até mesmo intimidade. Mas, ao mesmo tempo, essa abundância de estímulos pode nos afastar da conexão real com o outro — e, principalmente, de nós mesmos”, afirma.

Segundo Natali, o excesso de comparação nas redes sociais e a rapidez dos aplicativos podem gerar um ciclo de insatisfação constante, afetando diretamente a autoestima e o desejo. “É uma lógica de consumo que também se estende às relações. Quando tudo está a um clique, o descartável se torna a regra e o aprofundamento emocional fica em segundo plano”, explica.

Além disso, com o crescimento da inteligência artificial, novas experiências estão sendo integradas ao universo sexual — de brinquedos conectados a assistentes virtuais de afeto. Para Natali, essas inovações têm o potencial de enriquecer a vida íntima, desde que venham acompanhadas de autoconhecimento e diálogo. “A tecnologia não é vilã. Ela pode ser aliada do prazer, desde que a gente saiba usá-la para ampliar a conexão — e não para substituí-la”, destaca.

Como fundadora da Dona Coelha, sextech referência no Brasil, Natali observa uma crescente busca por experiências sensoriais que vão além do digital. “A tendência do momento é o prazer com presença: mais toque, mais olho no olho, mais escuta. A tecnologia pode abrir caminhos, mas a verdadeira revolução está em resgatar a intimidade com consciência e verdade.”

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